As visitas turísticas à gruta de Ondimba, no município da Humpata, província da Huíla, estão suspensas há duas semanas, devido à inundação provocada pelas chuvas, que aumentaram o risco de derrocada. Nem São Pedro dá uma ajuda à aposta no Turismo tão apregoada pelo seu confrade, o São João (do MPLA).
A gruta, localizada em Tchivinguiro, a 45 quilómetros da sede municipal da Humpata, é uma das “maravilhas naturais” (além de outras como o santuário dos três reis do MPLA) da Huíla, caracterizada por uma montanha com algumas perfurações que constituem as referidas cavernas, com pelo menos sete galerias no seu interior, bem como por um lago situado na parte frontal da gruta.
No interior da gruta observam-se estalactites na sua abóbada e estalagmites que se encontram presas no chão como se fossem figurinhas de um templo abandonado, fazendo certamente recordar a tese do general João Lourenço segundo a qual o MPLA fez mais em 50 anos do que os portugueses em 500). Tem ainda pequenos lagos, que percorrem salas e galerias com cores diversas e brilhantes, e nas quais os especialistas do regime se inspiram para contar os feitos sobrenaturais do seu deus, António gostinho Neto.
Ao falar do assunto à Angop, o responsável da agência de viagem angolana Tac Tour, que leva turistas com regularidade ao local, Carlos Bumba, referiu que houve um aumento substancial das chuvas, resultando em enchentes em certas linhas de água dentro da gruta, o que é – desde logo – um criminoso boicote ao incentivo do turismo, a nova menina dos olhos de rei João.
Por causa dessa situação, a Tac Tour esteve, há mais de um mês, com uma equipa, no local, no quadro do Roteiro Turístico da Huíla, e percebeu que nas galerias a humidade triplicou e os níveis de água subiram, assim como os espeleotemas, carregados cada vez mais de bicarbonato de cálcio.
Carlos Bumba acrescentou que a agência alertou a Administração Municipal da Humpata para, enquanto entidade tutelar da gruta, advertir a população para evitar visitas enquanto as chuvas não abrandarem.
“Recomendamos que as visitas à gruta só fossem feitas entre finais de Maio e princípio de Junho, por cautela, porque não há estudos até ao momento sobre a idade da caverna, se é de formação primária ou cálcica. Havendo pouca informação, é demasiado arriscado permitir a frequência no interior da mesma em época chuvosa”, referiu.
Para além da situação, Carlos Bumba afirmou que a há oito anos foi bloqueado o acesso normal à gruta, porque as pessoas chegavam com as suas viaturas e lavavam roupa na lagoa do local, deixando óleo, o que acabava por poluir a água da mesma em frente às grutas.
Referiu também que a partir daí, o acesso à gruta tem sido feito por outra via onde os carros ficam a perto de um quilómetro e as pessoas fazem a caminhada ao longo de um canal de irrigação que transbordou, complicando o acesso.
Carlos Bumba salientou que a Tac Tour realiza em média três visitas/ano, independentemente das épocas de baixa ou alta procura, com cada grupo, composto de até 25 pessoas, dada a insuficiência de oxigénio no interior da mesma.
Por sua vez, o director municipal do Turismo da Humpata, Austino Mwampatchi, disse que todos os anos quando chove demasiado a gruta tem problemas de inundação. E é isto. Muito gosta a chuva de azucrinar o presidente, espetando estalactites nos revolucionários projectos do Executivo para transformar o turismo noma fonte de riqueza. E quanto João Lourenço foge delas, tropeça nas estalagmites…
“As pedras que ficam numa montanha não são compactas e cria um filtro, e a água vai pingando para dentro. Quando o visitante sai da gruta fica completamente molhado, o que acaba por não ser um passeio turístico normal, pois a pessoa fica aflita”, explicou Austino Mwampatchi. E, é claro, quem anda à chuva…
director municipal do Turismo confirmou que a visita turísticas ao local foram suspensas há mais de duas semanas, até as chuvas pararem, pois a ideia é prevenir situações menos boas aos turistas, recordando nos feriados prolongados as visitas à gruta Ondimba podem atingir as 600 pessoas/mês.
A palavra “Ondimba” significa, na Língua Nacional Nyaneka, “gruta”, que é uma fenda em montanha calcária ou fendas abertas com uma colina ao cimo”.
Reza a história que durante muito tempo pensava-se haver nestas grutas um grande tesouro. Os portugueses ensaiaram várias pesquisas na região e com ela a ânsia de encontrar minerais.
À entrada da gruta, apenas brota água duma tranquila nascente que ao fundo dela se aloja. O vestíbulo da gruta conhecida por “sala dos lagos” é surpreendente.
No interior podemos observar majestosas estalactites na sua abóbada, algumas com mais de um metro e meio das paredes rendadas pelos lindos recortes de alabastros. Também se encontram estalagmites. Ainda se podem observar pequenos lagos de um regato silencioso e transparente, que percorre salas e galerias com cores diversas e brilhantes em algumas partes cor de marfim velho, recordando as estátuas de cultura chinesa. Na verdade parecem mandarins espetados naquela meia obscuridade que as lanternas permitem focar.
A gruta é uma das maravilhas naturais desta Província e do país, que tranquilamente dorme, a espera que o homem huilano lhe dê vida e usufrua dos seus encontros.
É caracterizada por uma montanha com algumas perfurações que constituem as referidas grutas, com 7 salas no seu interior bem como por um lago que localiza-se na parte frontal das grutas, fazendo com que haja uma bela visibilidade para os turistas, sendo um portal de visita.
Recorde-se que o Presidente João Lourenço pediu hoje ao novo ministro do Turismo (Márcio Daniel) aquilo que já tinha pedido ao anterior titular da pasta, que o Titular do Poder Executivo (João Lourenço) tinha solicitado ao anterior do anterior, sendo que o Presidente do MPLA, João Lourenço, havia feito ao anterior do anterior e que este fizera ao seu antecessor…. Ou seja, um diagnóstico para apurar por que razão o país não conseguiu ainda “verdadeiramente atrair turistas”, apesar de “todas as condições que Angola tem”.
“O factor guerra está ultrapassado, já lá vão 22 anos, isentamos os vistos aos cidadãos de mais de 90 países, melhorámos o ambiente de negócios, no geral, e mesmo assim o que constatamos na realidade é que não sentimos a mudança necessária no que diz respeito à procura do nosso país como o novo destino turístico”, disse o Presidente general.
Segundo João Lourenço (pouco importa qual deles), é preciso fazer aquilo que o MPLA não fez em 50 anos, solidificando a tese de que o MPLA fez mais nos últimos 50 anos do que os portugueses em 500, ou seja um trabalho (e, convenhamos, trabalhar não é parte identitário do ADN no MPLA) conjunto para uma viragem significativa no quadro do turismo de Angola.
O chefe de Estado sublinhou (pelos vistos ninguém no MPLA ainda tinha reparado nisso) a importância do turismo para a economia nacional, no quadro do esforço que tem vindo a ser feito para a diversificação económica, de encontrar outras fontes de receitas, sobretudo de divisas, e impulsionar a economia não petrolífera.
“O turismo é um bom embaixador dos países que têm o turismo desenvolvido, porque leva o nome desse país aos quatro cantos do mundo, mas é um dos sectores que cria bastante emprego”, disse, com a sua habitual perspicácia, João Lourenço, realçando que o Governo está a lutar contra o desemprego, sobretudo dos jovens, e “o turismo é um daqueles sectores que pode contribuir de forma considerável para baixar os índices de desemprego, que o país, infelizmente, ainda vive”.
Curiosamente, no passado dia 27 de Março, o secretário de Estado do Turismo, Hélder Marcelino, disse, em Luanda, que o Governo trabalha para aumentar o peso do turismo na economia, com a criação de mais empregos, face às oportunidades que o sector oferece. Tirando a questão de que o Governo… trabalha, o resto é mais do mesmo.
Falando à imprensa, na conferência sobre “Turismo em Angola – Desafios e Oportunidades”, Hélder Marcelino sublinhou que as acções encontram respaldo nos instrumentos de planificação do Governo, através de programa sectorial que alimenta o Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027).
Hélder Marcelino acrescentou que, recentemente, foi aprovado o Plano Nacional para o Fomento do Turismo em Angola (Planatur) e, “no âmbito deste planeamento, temos delineado as acções necessárias para dar corpo aos principais desafios que se colocam neste momento no país”.
Explicou também que os desafios estão associados à componente das infra-estruturas, formação, promoção turística a nível nacional e internacional.
O secretário de Estado fez saber que, entre os desafios, em função da visão de cada actor, podem ser assumidas e encaradas oportunidades na área da hotelaria, agenciamento e facilitação dos acessos dos turistas aos lugares que se constituem como atractivos turísticos.
O Presidente angolano, general João Lourenço, aprovou o Planatur 2024-2027 que, numa primeira fase, prevê investimentos em pontos turísticos das províncias de Benguela, Cuando Cubango, Cuanza Norte, Luanda, Huíla, Namibe, Malanje e Zaire.
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